segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

1ª. AULA O QUE É REFORMA ÍNTIMA



I - DEFINIÇÁO
O que é Reforma Intima?
a) "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." (Jo., 8:32)
É um processo contínuo de autoconhecimento de nossa intimidade espiritual.
b) "Todo o homem que se entrega ao pecado é seu escravo." (Jo., 8:34)
Consiste em uma busca de superação das limitações do ser, qual vícios e defeitos.
c) "Renovai-vos pelo espírito no vosso modo de sentir". (Ef, 4:23)
Consiste na busca de uma vivência evangélica, por uma transformação do modo de sentir, de agir e de pensar os outros e o mundo.
d) "Sede perfeitos como Perfeito é vosso Pai Celestial". (Mt., 5:48)
Consiste em uma conscientização das potencialidades infinitas que habitam o ser, rumo à perfectibilidade.
II - OBJETIVOS
Para que Reforma intima?
"O homem é, na maioria das vezes, artífice de sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus ele pode poupar muitos males e gozar de uma felicidade tão grande quanto o comporta a sua existência em um plano grosseiro." (L.E. 927)
"A felicidade dos Espíritos é sempre proporcional a sua elevação. " (L.E. 967)
Depende, portanto, de cada um, abrandar os seus males e ser feliz.
III - CONTEÚDO
A) O Conhecimento de si mesmo
- "Qual o meio mais prático, mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal?
- "Um sábio da Antigüidade vos disse: "Conhece-te a ti mesmo:" (L.E. 919)
"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. "(Jo.18:32)
- Conhecer o quê?
A1). Nossas imperfeições, defeitos.
- No dia-a-dia, refletimos inconscientemente emoções, pensamentos, sentimentos e aspirações, sem controle, e sem conhecimento próprio.
- Vemos constantemente os erros e defeitos dos que nos rodeiam e somos incapazes de perceber nossos próprios. Nossas faltas são sempre justificadas por nós mesmos, e colocamo-nos sempre como vítimas.
- A grande maioria das criaturas é 'imediatista', isto é, compraz-se na satisfação de suas necessidades elementares, e na manifestação das paixões. Nesse estágio, o homem está mais próximo de estado natural do que de sua natureza espiritual.
- "O homem, sendo perfectível e trazendo em si o germe de seu melhoramento, não foi destinado a viver perpetuamente no estado natural como não foi destinado a viver perpetuamente na infância. " (L.E, 776)
Nesse estágio natural, os hábitos mais comuns são a sensualidade, a gula, a agressividade. Esse comportamento é típico nos seres humanos e confirma o desconhecimento de si próprios. Uma pequena minoria da humanidade compreende sua natureza espiritual, e como tal, reflete um comportamento mais racional e menos compulsivo. A primazia por valores imediatistas reflete igualmente uma postura materialista, portanto efêmera na vida; ao passo que nossa natureza de Espíritos objetiva valores eternos, portanto morais e interiores.
A2. Nossas potencialidades
"Sede pois perfeitos, como Perfeito é o vosso Pai Celestial." (Mt, 5:48)
Os Espíritos, sendo individuações da Inteligência Absoluta, possuem identidade de origem e de natureza com Deus. A presença divina é imanente nos Espíritos, e nossa natureza essencial possui relativamente todos os atributos divinos. Cabe a nós, Espíritos portanto, revelar, trazer à luz, tornar ato essas potencialidades, pela conscientização e conseqüente dinamização das mesmas.
Precisamos sair da condição de seres conduzidos pelo meio, para passarmos à categoria de condutores de nós mesmos. Importa conhecer o que possuímos de qualidade infinita em nossa essência.
A3. Sócrates: a maiêutica
- É assim que a sabedoria milenar de Sócrates permanece viva e evidente. Seu método - a maiêutica - consiste em dois momentos:
1º) Ironia - esse primeiro momento consiste em derrubar falsas idéias, assim como falsas imagens de si mesmo.
2°) Maiêutica - (gr. parturição) - consiste em dar à luz, trazer à luz a interioridade.
Desta forma, o método socrático, já precursor do Cristianismo, evidencia as bases da reforma íntima espírita, por uma identificação de seus momentos.
B) COMO CONHECER-SE?
"Reconhece-se o verdadeiro espirita pela sua transformaação moral e pelo esforço que empreende no dominio das más inclinações. "ESE, Cap. XVII, "Sede Perfeitos')
B1. Pela auto-análise
- Compreendemos toda sabedoria dessa máxima (conhece-te a ti mesmo), mas a dificuldade está justamente em se conhecer a si próprio.
Qual o meio de chegar a isto?
- fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: No fim de cada dia interrogava minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria motivo para se queixar de mim (..) Quando estais indecisos quanto ao valor de vossas ações, perguntais como as qualificareis se tivessem sido praticadas por outra pessoa. Se as censurardes em outros, essa censura não poderia ser mais legitima para vós, porque Deus não usa de duas medidas para a justiça. (Sto. Agostinho - LE, 979-a)
Muitas pessoas recorrem ainda à psicoterapia ou psiquiatria, cabe-nos porém ressaltar que a maioria das escolas psicológicas motiva comportamentos compatíveis com padrões materialistas. A Doutrina Espírita, como Cristianismo Redivivo, pauta uma conduta moldada pelos ensinamentos evangélicos, ou seja, nossas limitações possuem causa em existências anteriores, assim como os valores espirituais e eternos fundamentam nossa conduta rumo à evolução infinita.
B2. Pela dor
"Bem-aventurados os aflitos. "- (ESE, Cap. V)
"Coração que não sofreu é floresta que não se abriu. "(Auta de Souza)
Pela dor retificamos nossas mazelas do ontem longínquo ou próximo. Os processos de sofrimento provocam na alma o despertar da consciência e ampliação de nosso grau de sensibilidade. É nos momentos difíceis, dolorosos, que somos naturalmente levados a meditar sobre os motivos e origem de nossas vicissitudes. É na própria limitação que descobrimos o que existe de infinito em nós.
B3. No convívio com o próximo
"Amar o próximo como a si mesmo."
Aprendemos muito no convívio social, através de nossas reações ao meio e da ação do meio sobre nós:
Na infância: no meio familiar encontra-se nosso relacionamento mais direto com o próximo; aqui brotam espontaneamente nossos impulsos e reações.
Na escola: no convívio escolar as reações já não são tão espontâneas. Timidez e acanhamento, por vezes, sufocam nossos desejos e expressões interiores.
Na adolescência: surge o "querer", momento de auto-afirmação. A personalidade se configura. Aparecem as primeiras desilusões e momentos de inconformação.
Cabe-nos buscar saber como e por que reagimos aos apelos e agressões. Há que considerar:
1- Geralmente os espíritos mais dóceis e flexíveis sofrem menos, pois a carga que lhes atinge o íntimo é menor.
2- Mecanismos de projeção: as reações que nos incomodam nos outros são precisamente as mais profundamente marcadas em nós.
3- Mecanismos de defesa: geralmente não aceitamos críticas ou mesmo nossos próprios defeitos.
B4. Na doação de si mesmo
É no trabalho - seja material ou espiritual - que encontramos uma das formas de exteriorizar, manifestar nossos potenciais, os atributos divinos infinitos que nos caracterizam. Ao mobilizar forças e sentimentos, o Espírito tira de si mesmo aquilo que achava que não possuía. E nessa doação ao meio, à sociedade, sentimos inusitada alegria interior. É assim que conhecer-se implica, sobretudo, em vivenciar nossa condição de co-participantes da Criação, em revelar a si mesmo sua essência. Nisso consiste "dar testemunho", como dizia Jesus, ou seja, revelar a nós mesmos nossa destinação original, trazer à luz, ao conhecimento, a essência perfeita que nos habita - assim como o Pai é perfeito.
C) o QUE SE PODE TRANSFORMAR?
Vícios:
FUMO
ÁLCOOL
GULA
ABUSOS SEXUAIS
DEFEITOS:
ORGULHOÓDIO
VINGANÇA
MALEDICÊNCIA
IMPACIÊNCIA

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