segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

XIV - TEORIA E PRÁTICA



117- A reforma íntima abrange dois enfoques: o teórico (pensamento) e o prático (ação). Teoricamente o encarnado tem maior facilidade, não somente de entendimento do que vem a ser a renovação interior, mas também e sobretudo de compreender como praticá-la. Neste último aspecto, no entanto, há um enorme comprometimento da capacidade de luta do ser humano.

118- Trata-se de um fator natural, pois tudo o que é aprendido em tese leva algum tempo para ser exercitado na prática. Com a reforma íntima não ocorre diferentemente.

119- Na teoria, o encarnado deve compreender que não é perfeito e está longe de sê-lo. Por outro lado, precisa saber que, para seu próprio bem, não pode deixar de alterar o seu comportamento, adequando-o ao ângulo cristão. Finalmente, necessita de promover a autocrítica a fim de conhecer o que possui de errado e em quais aspectos deve mudar.

120- Na prática, o ser humano precisa dar passos pequenos mas seguros; necessita de começar algum dia a empreendê-la, ainda que leve muito tempo para findá-la; não pode ter a perspectiva de que, num só estágio reencarnatório, irá esgotá-la; deve manter-se esperançoso mesmo que enfrente desgastes e frustrações nas primeiras tentativas; carece manter-se atento aos próprios subterfúgios que muitas vezes busca encontrar para interrompê-la. Gradativa, mas constantemente, conseguirá dar início ao processo de reforma íntima e manter-se nele.

121- Teórica e praticamente tem o homem necessidade de manter-se confiante em si mesmo e no processo. O descrédito não lhe será útil em momento algum.

122- Aprender a lidar com suas ilusões também é bom conselho a quem pretende conservar a perseverança no processo sem falsear a realidade. Não é demais lembrar que há encarnados que se frustram nas primeiras tentativas de alcançar êxito em qualquer empreendimento que idealizam, ainda que tenham capacidade de vencer os obstáculos e atingir o triunfo. No contexto da reforma íntima dá-se o mesmo.
Cairbar Schutel

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